MENU
(43) 984089996

Releases

Produtores do Norte do Paraná investem na cultura do sorgo com foco na 2ª safra

No Norte do Paraná, mais precisamente na região de Aquidaban, distrito de Marialva, a projeção para o aumento da área plantada de sorgo, safra 23/23, ultrapassa os 300%, passando de 800 ha para 2.700 ha.

“É um aumento muito expressivo, devido à adaptação da cultura no manejo do produtor diante das adversidades climáticas, resultando na entrega de uma boa produção, com retorno financeiro”, explica Anderson Rodrigo Campos, gestor da filial de Aquidaban da empresa Belagrícola. O cereal é ótimo para a alimentação animal e com alto potencial de alimentação humana.

Na região, 40 produtores estão plantando sorgo sendo monitorados pela empresa e a tendência é aumentar com planejamento de safra, para março de 2023. A produção média na última safra (22/22) foi de 75 sacas por hectare. Em algumas áreas, que tiveram mais investimentos, a produção atingiu até 110 sacas por hectare devido a cultura do sorgo ser responsiva a adubação e manejo. A produção da safra 22/22 foi comercializada para ração animal.

Na região se planta muito milho no inverno, cultura que vem sofrendo com veranicos (seca) e nas últimas safras com ataque de cigarrinha, fatores adversos que levam produtores a buscar uma alternativa, já que sobre estresse hídrico o sorgo produz mais que o milho, com custos mais baixos.

“O sorgo é uma cultura mais rústica, pode muito bem entrar no planejamento da safra do produtor, sendo uma nova opção para a safra de inverno em nossa região e disponibilizamos para a cultura todo o suporte técnico, fornecimento de insumos e o recebimento da produção”, diz Anderson Campos. A capacidade estática de armazenagem do entreposto de Aquidaban da Belagrícola para o recebimento de sorgo é de seis a sete mil toneladas.  O silo tem capacidade total para grãos, de 18 mil toneladas.

O agrônomo Mário Sandri, Head da Belagrícola, comenta que a cultura do sorgo tem outros manejos a se cuidar, mas nas condições adversas apresentadas se torna mais fácil que o milho. A empresa vem apresentando o sorgo na região Norte do Paraná como uma alternativa de manejo, um melhor planejamento de segunda safra e retorno financeiro, podendo o produtor optar por posicionar o milho nas melhores condições de área, época de plantio e investimento.

Crescimento regional com investimento comercial

Já mais ao norte, no município de Lupianópolis, o produtor Carlos José Tibério, popular Tiquinho, possui em sua propriedade 244 alqueires para o plantio de grãos. Na safra 23/23, o planejamento destina 72 alqueires ao milho e nos outros172 plantará sorgo. Ele explica que o milho será posicionado em área de alta fertilidade e irrigada.

Segundo o produtor, a opção de uma área maior com sorgo significa menor risco, já que o sorgo utiliza menos água para completar o ciclo e produzir bem. “Uma das melhores coisas que estou vendo na cultura do sorgo quando bem formado e manejado é a boa palhada e alelopatia – a cultura não deixa sair plantas daninhas em volta e isso diminui muito o custo com dessecação”, explica.

O plantio do cereal é recente na região e tanto produtores como os técnicos estão aprendendo a melhor forma de adaptação regional da cultura. “É um plantio novo aqui e estamos recebendo todo suporte técnico da Belagrícola com informações sobre o manejo e monitoramento de pragas e doenças, o que tem feito a diferença para produzir bem, sendo a empresa pioneira na região tanto no fomento do plantio, quanto no recebimento do grão. A cultura do sorgo é uma boa alternativa pelo seu custo de produção menor que o milho, maior rusticidade e vale destacar também, o problema da cigarrinha do milho que vem dificultando muito a produção”, diz Carlos José Tibério.

Tibério acredita que haverá um aumento de plantio de sorgo na região e que empresas e as indústrias de ração irão absorver a produção devido o valor nutricional do cereal e valores mais baixos que o milho.

Produção também cresce no país

O sorgo é destaque também no país e vem se firmando em produção, área e comercialização nas últimas quatro décadas, assunto discutido por especialistas no XXXIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo realizado em setembro pela Embrapa e Mapa. Só na última safra (2021/2022) houve um crescimento de 36,9%, com uma produção de 2,9 milhões de toneladas, segundo o último levantamento de safras da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento. Para 2023, a previsão é de um crescimento de 2,8% na produção.

 

voltar